Violeta, de Isabel Allende
Comecei a ler "Violeta", de Isabel Allende, com a certeza de que ia gostar. Um romance, uma saga familiar escrita por Allende?! Não tinha como dar errado! Ao mesmo tempo em que encontrei a familiaridade que os livros da autora me proporcionam depois de várias obras lidas, sinto que foi um livro diferente. Narrado em primeira pessoa, em um tom epistolar, a própria Violeta vai fazendo um inventário de sua vida para alguém que no decorrer da leitura descobrimos quem é.
Acompanhamentos 100 anos da vida da personagem que nasceu em plena pandemia da gripe espanhola e morre na pandemia de COVID-19. Tantos anos assim, envolvendo os séculos XX e XXI, assistimos a vida de Violeta se desenrolar junto a fatos históricos, revoluções e movimentos sociais importantes como o feminismo. Apesar de não termos grandes reviravoltas na história, pois se trata de uma jornada, esse plano de fundo rico nos oferece uma visão singular de tudo o que aconteceu desde a perspectiva da América do Sul. Ao mesmo tempo em que vemos o ordinário na vida de Violeta, conseguimos encontrar o extraordinário na sua jornada repleta de alegrias e dores humanas comuns.
Como é normal na narrativa de Allende, Violeta é uma mulher forte. A autora afirmou ter se inspirado em sua mãe: "Tive a ideia depois que minha mãe morreu. Ela morreu pouco antes da pandemia [de COVID-19] e nasceu quando a gripe espanhola chegou ao Chile, em 1920. Ela viveu 98 anos, mas imaginei que, se tivesse vivido um pouco mais, teria nascido em um pandemia e morrido em outra. "Violeta" se passa no tempo que minha mãe viveu, um período do século 20 com guerras, depressões, ditaduras na América Latina, revoluções. Criei uma protagonista que se parece muito com minha mãe, mas que não é ela e tem uma vida muito mais interessante".
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FICHA TÉCNICA
Título: Violeta
Autora: Isabel Allende
Editora: Bertrand Brasil
Número de páginas: 322 páginas
ISBN-13: 978-6558380771

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