As virgens suicidas, de Jeffrey Eugenides
SINOPSE: Num típico subúrbio dos Estados Unidos nos anos 1970, cinco irmãs adolescentes se matam em sequência e sem motivo plausível. A tragédia, ocorrido no seio de uma família que, em oposição aos efeitos já perceptíveis da revolução sexual, vive sob severas restrições morais e religiosas, é narrada pela voz coletiva e fascinada de um grupo de garotos da vizinhança. O coro lírico que então se forma ajuda a dar um tom sui generis a esta fábula da inocência perdida.
As virgens suicidas. O título não faz mistério. Logo nas primeiras linhas sabemos que um suicídio vai acontecer e que ele não será o único. Mesmo antecipando o que virá, a tensão do texto nos arrasta. Não é tanto o fim em si, mas a jornada que leva as cinco irmãs Lisbon a tirarem suas vidas. Não importa tanto o que aconteceu, mas como aconteceu. Os motivos? Indefinidos. Jamais saberemos. Morreu junto com elas.
Uma juventude interrompida pelos padrões impostos pelos pais. As adolescentes são virgens não apenas no sentido sexual da palavra, mas de qualquer experimentação de vida. Elas são encarceradas em sua casa. Impedidas de viver, quando na verdade, era apenas isso que elas queriam.
"Cecília era esquisita, mas nós não somos como ela". E então: "A gente só quer viver. Se alguém deixar".
Já falando de tecnicidades, adorei a voz narrativa ser plural. Não temos um narrador, mas um coletivo formado pelos adolescentes vizinhos e colegas de escola. A fixação deles pelas garotas, a observação parcial cheia de hormônios e de curiosidade nos envolve, chegando a confundir algumas vezes.
"Elas nos fizeram participar de sua própria loucura, porque não conseguíamos deixar de refazer seus passos, repassar seus pensamentos, e ver que nenhum deles conduzia até nós".
Depois de ler o livro, fiquei com vontade de assistir a adaptação para o cinema de Sofia Coppola.
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FICHA TÉCNICA
Livro: As virgens suicidas
Autor: Jeffrey Eugenides
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 232 páginas
ISBN: 978-8535922196

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