A pediatra, de Andrea del Fuego

by - setembro 25, 2024



“A Pediatra” estava na minha wish-list há séculos, e finalmente tirei da fila. Spoiler: já devorei. O livro é como aquele filme que você assiste de uma vez só, sem piscar, sem pausar, porque sabe que se parar, vai perder o fôlego. E olha, a Cecília, a protagonista, é a definição de detestável... e eu adorei isso. Ela é hipnotizante, daquelas que te fazem torcer o nariz e, mesmo assim, você não consegue largar.

O fluxo de pensamento dela é sem filtro, e eu amo um bom fluxo de consciência onde as convenções sociais vão para o espaço. Cecília não tá nem aí para ser amada, e isso é libertador. Ela vive numa verdade nua e crua, fugindo de afeto como se fosse alergia e deixando claro que agradar não está no dicionário dela. É uma dessas personagens que você ama odiar e, ao mesmo tempo, quer entender mais. Ela te leva pro fundo do poço e faz parecer que aquilo faz todo sentido.

O livro é enxuto, direto ao ponto, daqueles que você lê em um tapa, mas sempre com a expectativa crescente: “o que mais essa mulher vai aprontar?”. Agora, preciso dizer: o final me irritou. Desculpa, Andrea del Fuego, mas eu quero seguir lendo e saber o que aconteceu. Quero o desfecho amarradinho, com laço de fita e tudo. Mas se você curte um final que te deixa com aquele “e agora?”, vai fundo. A jornada até lá vale cada página.

Nota final? Cecília pode não querer afeto, mas o livro com certeza te prende com força. E isso, minha gente, é o que faz a leitura valer a pena.

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