A filha perdida, de Elena Ferrante
Elena Ferrante definitivamente não veio a passeio. Ela usa as palavras como facas que cortam e escancaram verdades ditas sem meias palavras.
Com todo o burburinho em cima do filme da Netflix “A filha primitiva”, me apressei em ler o livro. Essa é a segunda obra da autora que leio e, em ambos, o tema da maternidade estava presente. Em “A filha perdida”, somos apresentados à Leda, mulher de meia idade, separada, mãe de duas filhas, tentando entender sua nova dinâmica de vida após as filhas crescidas se mudarem para o Canadá com o pai.
No entanto, para compreender seu presente, ela tem que olhar para seu passado. E a reflexão sobre tudo o que foi vivido até ali se dá a partir das observações que ela faz de uma família napolitana que passa férias no mesmo local que ela.
Mas o que era mera observação se torna algo mais após um incidente na praia mexer tanto com Leda como com a família, aproximando-os.
A autora parte de elementos simples do cotidiano para trazer uma narrativa potente e desconcertante sobre a maternidade. Ela nos apresenta um maternar cheio de frustrações, raiva, perdas e de amor também.
“Às vezes precisamos fugir para não morrer”.
Ao fim e ao cabo, o livro é cheio de sensações familiares, mas que não costumamos ver escancaradas na escrita assim.
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FICHA TÉCNICA
Título: A filha perdida
Autora: Elena Ferrante
Editora: Intrínseca; 1ª edição (11 outubro 2016)
Número de páginas: 176 páginas
ISBN-13: 978-8551000328
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